sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Seu comportamento anda atrapalhando seus investimentos?

A Bolsa de Valores vem se popularizando rapidamente nos últimos anos. Segundo uma reportagem da revista Bovespa, atualmente os investidores individuais já correspondem a um quarto do total de investidores. Com isto, dentro de uma área que antes era de domínio dos profissionais de mercado hoje surge uma nova profissão que está sendo chamada de Trader.
Traders, ou investidores de curto prazo, são aqueles que tentam ganhar nas oscilações cotidianas do mercado, não dando muita atenção para o longo prazo, o que nem sempre é recomendado pelos especialistas. Apesar de serem um público bem diversificado, como é fácil comprovar quando entramos em algum fórum de investimento na Internet, todos são alimentados pelo mesmo sonho: ganhar dinheiro rapidamente. Infelizmente isto nem sempre acontece e sentimentos como medo, ganância, desilusão, raiva, pânico e ansiedade surgem dificultando ainda mais a já complexa tomada de decisão em investimentos. Alguns traders apesar de profundos conhecedores das técnicas de análise de investimentos, deixam de maximizar seus lucros no mercado acionário, não por falta de conhecimento técnico, mas sim por falta de auto-conhecimento.

Especialistas em tomada de decisão descobriram que alguns vieses cognitivos atrapalham os traders nas decisões de investimentos e podem levá-los a perder dinheiro de forma sistemática. Não é difícil encontrar bibliografia a respeito e por isto não vou me deter em explicar os vieses cognitivos. O objetivo deste post é ajudar o trader a identificar em seu comportamento, indícios de que esteja sendo vítima de vieses. Assim, procurei sistematizar alguns comportamentos freqüentes que podem estar levando o trader a deixar lucros preciosos no mercado.

-Você não consegue ficar sem acompanhar o pregão.

-Quase todos os dias você sente-se ansioso para o pregão começar.

-Você coloca stop de perda no seu homebroker mas retira assim que o preço está chegando perto.

-Você decide vender se cair até tal valor mas na hora H desiste, ou desiste de vender quando o preço chega no seu objetivo, achando que vai continuar subindo.

-Quando perde dinheiro numa negociação, logo quer entrar em outra posição para recuperar.

-Suas compras ou vendas são decididas durante o pregão.

-Ao invés de gastar seu tempo analisando as ações para comprar ou vender você gasta observando os movimentos dos preços.

-Voce deixa para definir sua estratégia de acordo com o que irá acontecer no pregão.

-Voce não consegue ficar longe do computador enquanto o pregão está correndo.

-Você se sente eufórico quando ganha e/ou com raiva quando perde e age de acordo com estes sentimentos mesmo depois que o pregão acabe.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Tipos de Ordem no mercado de ações

Para operar no mercado de ações existem diversos tipos de ordem que podem ser utilizadas pelo investidor. As principais são listadas abaixo.
Ordem Limitada ou compra normal. Esta é a ordem que normalmente usamos nos homebroker. O investidor define o ativo, a quantidade e o preço e  a ordem será executada somente em condições iguais ou melhores que o indicado pelo investidor:

Ordem a mercado: o investidor indica o papel e a quantidade que deseja executar (comprar ou vender) e a ordem será executada pela melhor oferta existente. O objetivo do investidor, nesse momento, é realizar a operação aproveitando qualquer condição apresentada pelo mercado.


Ordem Casada: Serão realizadas duas operações simultaneamente, uma de compra e uma de venda. É s  possível especificar a ordem de execução, ou seja venda/compra ou compra/venda porém quando uma for executada, necessariamente a segunda também o será. 
Ordem de Financiamento: Compra à vista para vender a termo. Necessariamente deve-se efetivar as duas ordens.

Ordem Start: Nesta ordem, o investidor define um preço de disparo, que funcionará como um gatilho para que sua ordem seja enciada ao pregão. Nesta ordem são definidos dois valores, um preço de disparo, e um preço de execução. Se o preço de disparo não ocorrer, a ordem não é enviada.  Entretanto o fato da ordem ser enviada não garante a execução, pois há sempre a possibilidade de os preços abrirem em gap e a ordem ficar em aberto na "fila" dos compradores. Uma ordem Start de compra pode ser usada para executar alguma estratégia, por exemplo, no rompimento de alguma figura gráfica ou como ponto de encerramento de uma posição de venda a descoberto. 
Ordem On-Stop: O investidor determina em que valor a ordem será disparada e quais os intervalos para sua execução. Por exemplo, estando comprado em BXPT03 quer desfazer-se do papel caso chegue ao preço de $ 10 por lote negociado, com intervalo até $9,5. Assim que o preço bater a cotação de $10, sua ordem será disparada e será realizada a mercado até o limite de 9,5. Caso a demanda não suporte seu lote, o mesmo ficará apregoado para possíveis interessados. Corre-se o risco de os preços abrirem em gap e a ordem ficar para trás, sem a devida oportunidade de execução, salvo se os preços retornarem aos limites previamente definidos.

Ordem Stop-Loss: O investidor limita o valor ou percentual de sua perda, definindo um valor que sua ordem deverá ser aberta e o limite de execução. Para um papel de pouca liquidez, é importante verificar os intervalos de ofertas para maior segurança e sucesso execução de sua ordem .

Ordem Stop-Gain: Com este tipo de ordem, o investidor pode definir o ganho (lucratividade) de sua operação, antes mesmo do papel chegar aos níveis de preços desejados. Comprado em BXPT03 a $10, pretende realizar um lucro de 10%. Definida sua estratégia, coloca uma ordem Stop-Gain a $10,80 com venda em $11. Caso o preço atinja a cotação de $10,8, sua ordem é imediatamente aberta na Bovespa para ser executada em $11. A vantagem é ter sua ordem aberta antes dos demais investidores.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Hilo Activator

Deonir Joani Tomaselli

De uma forma muito parecida com o clássico SAR parabólico ou com as bem difundidas médias móveis, o Hilo Activator é mais um importante indicador de análise gráfica, sendo útil principalmente para quem opera no curtíssimo prazo. Como a maioria dos indicadores, indica para onde está caminhando a tendência. Porém diferente de outros indicadores de cruzamento, ele foi desenvolvido para ser usado no intraday e nos fornece momentos de entrada e saída bem mais precisos que estes outros.


O Hilo Activator é plotado sobre o gráfico de preços, preferencialmente o de linha, formando uma espécie de escada que oscila acima e abaixo dos preços, na medida em que estes sobem ou descem. Assim ele nos fornece indícios de inícios de tendências de alta ou de baixa, mostrando os pontos de entrada e saída para o intraday. Sua utilização correta é comprar quando o primeiro degrau cruza para baixo dos preços e vender quando um novo primeiro degrau cruza para cima.
O método também foi desenvolvido para fornecer pontos de stop no intraday. Para isto depois de comprar no cruzamento coloque um stop no valor exato do primeiro degrau. Depois disso vá subindo o stop a cada novo degrau, até que o indicador cruze para cima dos preços novamente, onde você seria “estopado”. Veja o gráfico abaixo para compreender melhor.


A grande vantagem deste método é que ele fornece os números exatos para o Trader deixando-o menos sujeito a análises subjetivas e mudanças de estratégias devido a influência das emoções na hora que está observando o pregão se desenrolar a sua frente. Métodos como estes são uma dádiva para o Trader iniciante que ainda não aprendeu a arte da disciplina.


Entretanto, como acontece com outros indicadores no curtíssimo prazo, o Hilo pode acabar nos fornecendo pontos de saídas demais, o que acaba tirando o Trader do mercado antes do fim da alta. Assim, uma forma de otimizar os lucros com este indicador consiste em combiná-lo com uma LTA. Desta forma a recomendação seria a seguinte: você compra no cruzamento da primeira “escada” do indicador, depois traça a LTA e a partir daí vai mantendo-se posicionado até que a reta seja cruzada. Desta forma o stop será adicionado menos vezes, o que permitirá aproveitar melhor a tendência, e obter um lucro maior.


quarta-feira, 12 de maio de 2010

Principios Gerais da Análise de Investimentos no Mercado Financeiro

Introdução
Saber o que vai acontecer antecipadamente é um desafio para a tomada de decisão em praticamente todas as áreas do conhecimento. Os modelos de previsão são desenvolvidos com base na observação e interpretação de dados históricos – métodos quantitativos. Na falta desses dados, podemos utilizar métodos qualitativos, baseados na relação dos fatores envolvidos no processo em comparação com outros projetos, a opinião de especialistas, etc.
Os métodos quantitativos utilizados na análise de investimentos no mercado de capitais são baseados em cálculos econométricos ou séries temporais.
Modelos baseados em índices e conceitos da teoria econômica têm origem na escrituração contábil e índices econômico-financeiros – análise fundamentalista, elaborada e interpretada quase que exclusivamente por especialistas em finanças e iniciados nas ciências contábeis e econômicas.
Os modelos de séries temporais são estatísticos e baseados na observação e interpretação da trajetória do ativo no tempo.

Referencial Teórico
No início do século XX, Charles Dow reunia suas impressões e observações sobre o comportamento do mercado de capitais no que seria, posteriormente, conhecido como a Teoria de Dow e serviu de base para a Análise Gráfica. Também conhecida como Análise Técnica, essa técnica baseada no pressuposto que o preço de mercado reflete os fatores que influenciam a procura e a oferta por determinado ativo popularizou-se entre os investidores comuns pela facilidade de interpretação e pelo avanço da tecnologia computacional.
O conceito de análise a partir do comportamento dos investidores, fundamento básico da Teoria de Dow, tem como base a teoria estatística cujos métodos também compõem o embrião da nova tendência de análise que toma corpo nos dias de hoje.

Metodologia
Entendemos séries temporais como conjuntos de observações de uma variável feita em períodos sucessivos de tempo e ao longo de um determinado intervalo e elaboramos modelos explicativos e de previsão baseados no comportamento histórico dessa variável.
Os fatores explicativos dos movimentos das séries temporais são divididos em componentes sistemáticos que podem ser padronizados e repetitivos no decorrer do tempo e componentes aleatórios ou erráticos que são imprevisíveis e não sujeitos a sistematização e respondem pelo erro dos modelos.
Os modelos de previsão partem do pressuposto que cada observação da série é resultado da ação dos fatores sistemáticos – tendência, sazonalidade e cíclico, e os valores não explicados pelo modelo são fruto do componente aleatório ou irregular.
Os mais simples, utilizando médias aritméticas de períodos sucessivos de tamanho fixo, consideram todas as informações com igual intensidade e não permitem detectar movimentos cíclicos ou sazonais. A utilização de médias móveis ponderadas, ou ajuste exponencial, permite que os valores mais recentes tenham maior influência nos resultados. Porém, não ajudam a decidir qual o tamanho da série e da janela para cálculo da média. Além disso, precisamos decidir os pesos que mais se ajustam a cada série de estudo.
Os modelos mais complexos utilizam inúmeras variáveis explicativas para calcular cada nova ocorrência a partir dos valores mais recentes da série.
Há diversas técnicas estatísticas para selecionar as variáveis mais significativas para cada série em cada período considerado. Um modelo pode prever adequadamente as ocorrências de uma série mas ter os erros crescendo com a inclusão de observações mais atuais. Com o tempo, ele pode perder a capacidade de previsão para essa série. Todo o modelo de previsão deve passar por uma verificação periódica para ajustar seus parâmetros a nova realidade.
Por mais complexo e bem elaborado que seja o modelo, é preciso considerar que existe uma parcela não sistemática que o modelo não explica. É com base no conceito de “erro residual” que aceitamos ou rejeitamos um modelo para previsão de uma série temporal. As técnicas estatísticas permitem verificar se a diferença entre os valores previstos pelo modelo e os efetivamente ocorridos apresentam um padrão de comportamento que represente um fator cíclico, sazonal ou de tendência e que poderia ser modelado.
O melhor modelo para a nossa série será aquele que consiga previsões mais acertadas e com o menos número de variáveis explicativas.

Considerações Finais
Uma das contribuições mais perceptíveis da estatística quantitativa para a análise de investimentos no mercado de capitais consiste na verificação que modelos genéricos devem servir apenas de embasamento para verificar o real comportamento de um ativo. Não devemos considerar o modelo, por mais completo e bem elaborado, como uma resposta pronta. É preciso adequar sua utilização ao objeto de estudo e ao contexto atual, seja calibrando seus parâmetros, seja avaliando sua adequação com base na comparação entre os valores previstos e os efetivamente observados na série histórica.

Referências
Levine, David M; Berenson, Mark L; Stephan, David. Estatística: Teoria e Aplicações Usando Microsoft Excel em Portugues. Rio de Janeiro. LTC, 2000.
Morettin, Pedro A; Toloi, Clélia M C. Análise de Séries Temporais. São Paulo: Edgard Blücher, 2004.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Os investidores e as emoções

Tatiana Renaux Tomaselli
Quando pensei em escrever sobre as emoções na tomada de decisão de investimentos neste Blog, fiquei em princípio em dúvida sobre o quanto isto pode ser útil aos investidores e traders que estão começando. Minha dúvida decorre da experiência própria e do contínuo contato novos e experientes investidores. Aqueles que estão começando a investir, normalmente estão ávidos por conhecimento e em decorrência, atribuem qualquer perda à falta deste. Por outro lado, aqueles que já carregam uma longa história com o mercado costumam atribuir as mesmas perdas bem mais ao que chamam “psicologia”. Como os novos logo acabam descobrindo os limites do conhecimento teórico, resolvi escrever mesmo assim.
Coloquei psicologia entre aspas por que os investidores costumam chamar de psicologia o que na realidade são as emoções humanas. Observe um trader negociando que você saberá do que estou falando. O trader liga o computador cheio de confiança, como quem diz “Hoje vou ganhar dinheiro.” Depois de analisar e achar um momento oportuno (ou nem tanto) ele compra. Então começa a ficar tenso atentamente observando os movimentos dos preços. Se a ação não sobe, a tensão vai aumentando a ponto de quase explodir se alguém falar com ele. “Agora não posso, estou muito ocupado”, costuma dizer a quem se aproxima. Acontece que a sorte estava do lado dele e o mercado começou a subir. Então ele se levanta animado, vai tomar um café e começa a puxar assunto com alguém que está por perto. “O mercado está bom hoje.” comenta. Se a ação sobe muito este sentimento logo se transforma em euforia.
A neuropsicologia vem estudando como as emoções afetam na nossa tomada de decisão e descobriu que quando somos tomados por uma emoção, passamos a perceber a realidade de uma forma diferente do que ela é, ajustando-a ao que estamos sentindo. É parecido com quando você vai ao mercado com fome. Muitas coisas que não chamariam sua atenção acabam chamando e o resultado é uma compra bem maior. Da mesma forma um trader eufórico pode ter dificuldade de perceber uma inversão no mercado a tempo, ou evita realizar uma perda querendo de fato (sem ter consciência quase sempre) evitar a tristeza que tal realização traria como conseqüência.

Um exemplo de como nossa emoção funciona é dado por Paul Eckam, um dos maiores pesquisadores do tema na atualidade. “A gente está dirigindo um carro e, de repente, outro se aproxima como se fosse bater no nosso. Sem pensar, antes de perceber o que aconteceu, gira o volante, pisa no freio. A emoção nos salvou a vida. Se tivesse de pensar na ordem correta, reconhecer o perigo, e pensar no que fazer, não sobreviveria.” (Golemam 2003:145)
A função das emoções é nos por em ação bem rápido, sem tempo para pensar. Entretanto se algumas vezes isto nos salva a vida em outras nos mete em encrencas, principalmente no mercado quando as decisões tomadas de forma impulsiva dificilmente são as melhores. Conhecer um pouco sobre como cada emoção interfere nas nossas decisões pode ajudar e escreverei sobre elas em outras postagens.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Análise Fundamentalista

Deonir Joani Tomaselli

Para quem quer um pouco mais de segurança ao investir no mercado acionário é indicado utilizar-se da análise fundamentalista. A análise fundamentalista é aquela que irá analisar os fundamentos das empresas e da economia em si, para ver se o momento é bom ou não para comprar ações na Bolsa, e se for qual empresa ou setor é o mais recomendando dentro deste momento. Bem diferente do analista técnico que pode operar no curto prazo, o analista fundamentalista é mais adepto da estratégia comprar e segurar. Quando encontra boas empresas, depois de um longo estudo, não há porque se desfazer delas no dia seguinte, uma vez que os fundamentos não mudam de uma hora para outra.

Existem várias formas e métodos de se fazer análise fundamentalista, mas um ponto em comum entre eles, falando de forma bastante simplificada, é analisar se o preço do mercado (aquele que está sendo negociado na Bolsa) está caro ou barato. Quando o analista fundamentalista encontra “pechinchas”, o que não significa “mico”, vale lembrar, ele compra. Ao contrário ele aguarda um momento melhor ou procura outra empresa. Você compraria um carro numa garagem que o vendesse por 30 vezes mais do que todas as outras vendem? Não, é claro. Ao menos espero que não. Mas acreditem, tem gente que compra ações pagando caro assim.

Um dos indicadores que podem ser usados é o chamado valor patrimonial. Valor patrimonial é o valor que empresa vale de fato, no seu balanço. Algumas vezes o preço que está sendo negociado na Bolsa é bem mais alto, outras não. É importante saber quantas vezes mais o mercado está pagando. Só assim você pode ter uma idéia de se está caro ou barato. Mas é preciso ter claro que o valor exato não pode ser levado em conta. As vezes um número 4 vezes maior pode ser aceitável. Para saber o analista fundamentalista faz a comparação com outras empresas do setor.

O segundo critério fundamentalista, que em geral interessa aos investidores de longo prazo são os dividendos. Para entender este parâmetro podemos pensar numa analogia com o aluguel. Digamos que você esteja querendo comprar um imóvel para depois alugar. Você tem R$ 100.000 disponível par tal investimento. O seu corretor lhe mostra as diversas possibilidades com este valor. Só que depois de uma pesquisa com a vizinhança, você descobre que um deles é possível alugar por R$ 1.000,00 e outro por R$ 3.000,00. Qual deles você compraria? Nas ações é a mesma coisa. As empresas mais lucrativas distribuem mais dividendos do que as outras, e o acionista será o beneficiado, ou não, com isto.

terça-feira, 30 de março de 2010

Estratégias

No mês de março recebemos na Confraria dos Traders o Prof. Plínio Barreto da Silva que veio nos brindar com anos de experiência como investidor e professor de análise de investimentos. O tema do encontro foi Estratégias Vencedoras em Análise Gráfica.

Plínio abriu a conversa explicando que montar uma estratégia para aplicar na Bolsa não é uma coisa difícil e nem a parte mais importante dos resultados. Na teoria, executar uma estratégia é fácil, mas na prática nem sempre é assim. A diferença entre investidores ganhadores ou não, mais freqüentemente do que se imagina, é a capacidade de lidar com emoções, e não de bolar estratégias mirabolantes. Neste sentido, explica Plínio, é indispensável que o investidor tenha uma estratégia para proteger-se de si mesmo.

Estratégia, palavra de origem militar que significa: “arte de aplicar com eficácia os recursos de que se dispõe ou de explorar as condições favoráveis de que porventura se desfrute, visando ao alcance de determinados objetivos”.

Repetindo, a estratégia serve principalmente para proteger o investidor de si mesmo, ou seja, ajudá-lo a agir da forma mais racional possível quando estiver no mercado. Plínio esclarece que a estratégia deve ser montada quando a pessoa está num excelente momento de capacidade intelectual, o que não acontece o dia inteiro. Quando estamos agindo no mercado, as emoções acabam influenciando e mudamos de idéia com facilidade. Assim se tivermos uma estratégia traçada, fica mais fácil manter aquilo que nos havíamos proposto quando iluminados pela razão.

Os três passos para definir as estratégias são:
-Definir os critérios.
-Efetuar o back test
-Comparar com outro resultado

Os critérios podem ser algo como um bom indicador fundamentalista (P/L, por exemplo), seguido pelo cruzamento de uma média. Depois o investidor experiente irá utilizar um back test, neste caso, testar o passado do gráfico para ver qual a melhor média a utilizar naquele papel. Depois disso, o resultado que teria sido obtido num determinado período de tempo, deverá ser comparado, como outro critério, como por exemplo, comprar e segurar pelo mesmo período. Se for mais lucrativa vale a pena aplicar a estratégia, caso contrário é melhor procurar outra.

Uma vez que a estratégia esteja montada, ela deve ser aplicada independente da percepção do investidor. Plínio apontou algumas das descobertas recentes da neurociência que mostram como as pessoas “vêem” aquilo que estão acostumadas a ver. Assim, diante do pregão, quando um turbilhão de emoções como pânico, medo, ganância borbulham na mente do investidor, não há como tomar a decisão correta.

As melhores estratégias não são aquelas que acertam sempre, e nem na maioria das vezes, entretanto quando acertam “pegam” um bom período de uma tendência. O Prof. Plínio completa que é preciso levar sempre em conta os ciclos de mercado. O mercado é cíclico e inercial. Quando sobe, sobe muito e quando cai, cai muito.

Para concluir o Professor ressaltou estudos científicos que estudaram indicadores de análise técnica concluindo que não são lucrativos. Entretanto, a forma como os trabalhos testam os indicadores difere da forma como os investidores mais experientes os utilizam. Por exemplo, um investidor experiente que usa a média móvel para apontar pontos de entrada ou saída, não irá utilizar a mesmo período de tempo em cada um. Ele recorrerá sempre ao back test antes de começar a operar na prática, encontrando a melhor média para aquela ação específica. As pesquisas, ao contrário, simplesmente escolhem uma média e aplicam indeterminadamente para qualquer ação.

Outro erro deste tipo de trabalho, é a forma como são utilizados osciladores de tendência como o estocástico e IFR. Nas pesquisas os testes são feitos com a forma mais simplista, a pior forma possível na opinião do Professor. Por exemplo, comprar quando chega em 20 e vender quando chega em 80. Investidores experientes traçam suportes e resistências nos indicadores, e os utilizam como alertas para dispararem outros critérios de estratégias, e não simplesmente como pontos determinados de entrada ou saída.

Ainda um último ponto interessante é a comparação que pesquisas deste tipo, e também a mídia fazem com as estratégias gráficas. Eles utilizam um fundo e um topo principal para concluírem que “comprar e segurar” é melhor do que usar a análise. Mas esquecem de considerar que o fato de alguém resolver usar a estratégia “comprar e segurar” não garante que o ponto de compra seja o fundo, e muito menos que venda num topo.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Pivot



O pivot acontece quando há uma mudança no comportamento da massa. O Pivot de alta ocorre quando, por algum motivo que ainda não se conhece, novos compradores entram no mercado fazendo com que os preços não consigam mais atingir o seu limite mínimo (suporte). O preço cai até o primeiro suporte (ponto 1), depois sobe formando um novo topo (ponto 2), em seguida volta a cair, mas não chega mais ao suporte (ponto 1), parando em menos da metade entre os pontos 1 e 2. Forma-se aí o ponto pivot que é uma indicação de compra. O ponto 4 é a confirmação do rompimento da resistência quando um novo topo mais alto é formado. O pivot point pode ser usado em qualquer prazo, fornecendo excelentes resultados para quem opera em prazos curtos, utilizando-se de gráficos de períodos menores de 15 minutos.

Uma outra forma de utilizar o pivot é através do simples cálculo. A fórmula mais utilizada consiste em somar a máxima, a mínima, o preço de abertura e o de fechamento, dividindo o resultado por 4 para obter uma média. Quando o preço cruza o número obtido para cima é um sinal de compra e quando cruza para baixo um sinal de venda.

(Preço de Abertura+Preço de Fechamento+Máxima+Mínima)/4

Alguns programas de análise técnica nos fornecem um indicador que vai calculando o pivot automaticamente após cada fechamento da unidade de tempo escolhida. No exemplo abaixo, o pivot é representado pela linha amarela, que fica entre outras quatro linhas. As duas superiores são vermelhas e representam as resistências, enquanto as inferiores, verdes, representam os suportes. Quando os preços (linha azul clara) cruzam esta linha para cima o rompimento nos dá um indicativo de compra, quando os preços cruzam o pivot para baixo, o rompimento nos fornece um indicativo de venda. Uma vez rompido, podemos projetar o preço até a próxima linha, seja o suporte quando o rompimento for para baixo, seja a resistência quando o rompimento for para cima. Este indicador é uma ótima forma de operar no intraday, e a ele podem ser agregados outros rastreadores de tendências para montagens de estratégias.

sábado, 20 de março de 2010

Introdução à Análise Gráfica

Os adeptos da análise técnica acreditam que os preços do mercado, refletem tudo o que se passa na economia, nos fundamentos e também as expectativas dos investidores. É bem simples entender, se pensarmos em tomada de decisão. As pessoas decidem comprar ou vender de acordo com suas expectativas sobre o futuro das empresas, e não de acordo com os dados propriamente ditos. Não existem estatísticas para as expectativas das pessoas, mas elas ficam expressas nos preços de mercado, já que, o preço de mercado é o consenso entre os que acham que o mercado vai subir (compradores) e os que acham que vai cair (vendedores). Assim já que o preço reflete tudo, para o analista técnico basta olhar para o gráfico para fazer suas projeções de mercado.

Para o analista técnico é o comportamento da massa de investidores que comanda a direção dos preços no mercado. Os preços formam topos e fundos nos gráficos, deixando tendências que podem ser observadas. Quando topos e fundos mais altos estão ocorrendo diz-se que a tendência é de alta, e no contrário, topos e fundos mais baixos indica tendência de baixa.

Charles Dow, considerado o pai da analise gráfica, propôs uma teoria que explica as tendências do mercado. Para Dow, existem duas tendências: tendências de alta e de baixa. Entretanto existe ainda o mercado lateral ou sem tendência. A tendência de alta se divide em três fases: acumulação, alta sensível e euforia. Uma tendência de alta pode ser analisada, traçando-se uma LTA (linha de tendência de alta) no gráfico de preços, unindo-se os preços dos fundos principais com uma reta.


LTA
Mas o mercado também tem tendências de baixa que se divide em: distribuição, pânico e baixa final. Esta pode ser analisada pelo traçado de uma reta LTB (linha de tendência de baixa), que liga os topos principais com uma reta.
Enquanto uma LTA segue, o mercado está comprador. O rompimento da LTA fornece um indicativo de venda para aquela ação. Enquanto uma LTB continua, os investidores estão com expectativas ruins, e o mercado está vendedor. No momento que esta reta é rompida ela fornece um sinal de compra, que é baseado na mudança das expectativas dos investidores.

LTB


sexta-feira, 19 de março de 2010

Breve Introdução à Análise de Investimentos

Como vimos no Post Passos Básicos para Começar a Investir na Bolsa de Valores , comprar ações é muito simples e não exige nenhum conhecimento amplo. Entretanto uma vez que o investidor tenha disponibilizado recursos na corretora deve tomar uma decisão: quais ações irá comprar? Esta já é uma decisão que envolve um pouco mais de conhecimento e cujo resultado será o lucro ou prejuizo do investimento.
Para auxiliar o investidor na sua tomada de decisão, existem as chamadas análises de investimentos. As mais conhecidas são a análise técnica (ou gráfica) e a fundamentalista, mas existe ainda uma terceira, a análise quantitativa. Veremos de forma bem resumida um pouco de cada uma delas que depois serão aprofundas em post posteriores.

A Análise fundamentalista se baseia nos fundamentos das empresas e da economia em si. Para isto, seus adeptos, procuram verificar se o preço do mercado, ou seja, aquele que está sendo negociado na Bolsa de Valores, está caro ou barato em relação a estes fatores. Se estiverem baratos a recomendação é de compra, se estiverem caros é de venda.

A análise técnica baseia-se num pressuposto, de uma das correntes de psicologia, que acredita ser a natureza humana mais ou menos constante, ou seja, as pessoas reagem de forma simular em situações semelhantes. Acredita também que os investidores compram e vendem ações mais sob influencias de emoções (como ganância, medo, esperança, orgulho, etc) do que da razão pura e simplesmente. Os preços, resultado das decisões dos investidores, ficam expressos nos gráficos, deixando “pistas” sobre uma possível direção para os preços no futuro.

Já a análise quantitativa, bem pouco conhecida dos investidores comuns, mas já utilizada por grandes gestores de investimentos, é baseada na estatística utilizando-se métodos matemáticos, como correlação, desvio padrão e outros para determinar pontos de compra ou de vendas de ações.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Ações e possibilidades de ganhos

Do ponto de vista da economia as ações são títulos nominativos, negociáveis e que representam a menor fração do capital social de uma empresa de capital aberto ou SA. Quem compra ações na Bolsa de Valores se torna sócio daquela empresa, na proporção do capital investido. Como sócio tem direito a participar dos lucros da companhia. Estes lucros são distribuídos em forma de dividendos e representam uma das possibilidade de ganhos com as ações.

Já pela ótica do investidor, ações são um investimento de renda variável, ou seja, um investimento cujo retorno efetivo só será conhecido na hora em que for efetivado. Assim, aparece mais uma possibilidade, as oscilações dos preços na Bolsa de Valores.

Entretanto existem ainda outras formas de lucrar com ações: a bonificação e os direitos de subscrição. Bonificação é a distribuição de novas ações aos detentores de posições, em data definida pela assembléia. A bonificação poderá ser distribuída sob a forma de novas ações ou em espécie ($). Direito de Subscrição é uma forma que as empresas utilizam para captar recursos novos no mercado. Porém por serem geralmente definidos níveis de preços abaixo dos valores praticados no mercado (Bolsa de Valores), surgem como uma oportunidade aos já acionistas obterem ganhos de capital. Aos detentores das ações, lhes é assegurado o direito a subscrever, na proporção igual a sua participação anterior ao lançamento.

Um ponto importante que está relacionado com os ganhos, diz respeito ao horizonte temporal do investidor. Enquanto os dividendos, direitos de subscrição e bonificações podem ser bem vindas aos investidores de longo prazo, para os traders, ou seja, aqueles que investem somente no curto e curtíssimo prazo, só interessa as oscilações de preços, as outras possibilidades atrapalham mais do que ajudam

quarta-feira, 17 de março de 2010

Passos básicos para começar a investir na Bolsa de Valores

Começar a investir em ações é muito simples e acessível a qualquer pessoa. E ao contrário do que muita gente imagina, não é preciso ter um grande capital para começar.

O primeiro passo é abrir uma conta numa corretora. Pode ser num banco onde o investidor já possui conta, ou numa corretora independente. Para escolher corretamente é necessário que o investidor verifique os custos de que serão cobrados a cada ordem de compra ou de venda que serão enviados. Em geral, os custos se dividem em três tipos: a corretagem, os emolumentos e a taxa de custódia. A corretagem é cobrada a cada ordem de compra ou de venda que for executada. Sendo o custo mais alto dos três vale a pena se atentar a este detalhe. Algumas corretoras cobram um valor percentual da operação, e outras um valor fixo em torno de R$ 10,00 ou R$ 20,00. Os emolumentos são pagos a Bovespa. E a taxa de custódia é paga a CBLC, embora algumas corretoras não cobrem.

Abrindo a conta, o cliente irá receber uma senha para acessar o home broker. No home broker é possível acompanhar o pregão on-line e enviar as ordens diretamente para a Bovespa. Outra forma de enviar ordens é pela mesa de operação, entrando em contato diretamente com a corretora.

Depois de aberta a conta, é preciso disponibilizar recursos para começar a operar. No site da corretora escolhida, consta o número da conta em que o depósito deverá ser feito. Quando a conta for aberta num banco o cliente pode usar os recursos disponíveis na sua própria conta bancária. Quando a conta é aberta numa corretora, está possuirá uma conta numa agencia bancária, e é nesta conta que o cliente deverá disponibilizar os recursos. Uma vez enviados, o saldo ficará registrado na conta que o cliente abriu na corretora e poderá ser acessado no home broker.

terça-feira, 16 de março de 2010

Os ciclos do mercado

Quando se trata de recomendações sobre investimentos na Bolsa de Valores não há dúvida: compre na baixa e venda na alta é a principal delas. Mas se isto não é segredo para ninguém porque é tão difícil seguir “esta máxima” e pior, muitos investidores novatos executam exatamente o contrário?

O melhor caminho para lançar alguma luz sobre esta pergunta é a clássica teoria Dow de análise técnica. Charles Dow, o pai da teoria propôs que a movimentação das ações na Bolsa segue ciclos de alta e de baixa. O movimento de alta é dividido em três fases: acumulação, alta sensível e euforia. Enquanto o mercado segue pelo período de acumulação apenas um pequeno grupo de pessoas se interessa pela negociação com ações, geralmente investidores profissionais e com amplo conhecimento de setores específicos da economia. Como conseqüência disto a mídia não tem grande interesse no mercado e poucas notícias aparecem em publicações que não sejam muito especializadas. Nesta fase, profissionais de outras áreas, também não tem grande interesse na Bolsa de Valores. Os advogados estão atendendo seus clientes, os médicos seus pacientes e os engenheiros desenvolvendo seus projetos. Muitos nem sabem que o mercado é acessível a qualquer pessoa. Outros perderam dinheiro em outras épocas e preferem investir em renda fixa. Conforme a teoria Dow, estes primeiros investidores compram por estarem de posse de informações relevantes sobre a empresa, informações estas, digamos assim, que não estão ao alcance do público em geral. Eles compram quase sem chamar a atenção, o que gera pouco alarde e aumento dos preços.

Na fase seguinte - alta sensível - entram em cena os investidores mais bem informados que, ao tomarem conhecimento das informações, lendo a mídia especializada e conversando com seus corretores, compram também. Como este grupo é um pouco maior, eles exercem alguma pressão sobre os preços e volume de negociação e ambos aumentam. O aumento dos preços chama a atenção de algumas pessoas que antes estavam ocupados fazendo seus trabalhos: por exemplo o arquiteto fica sabendo que seu visinho está ganhando dinheiro sem fazer muito esforço, e o interesse pelo mercado de ações começa a expandir-se. A expansão atrai a mídia comum que propaga informações sobre a alta, sobre os ganhos expressivos e chama a atenção de cada vez mais interessados em participar da festa.

A festa continua dando origem a última fase da alta: a euforia. A euforia atrai grande número de investidores novatos, e é caracterizada por muitas ofertas públicas de novas empresas no mercado, atraídas também pelos altos preços com que conseguirão vender suas ações. Este movimento gera um alto aumento nas ações que seguem muito além do que valem de fato e altera radicalmente o volume de negociação das Bolsas. Quem vende a estes investidores são naturalmente aqueles que compraram primeiro, embolsando os grandes lucros e empurrando os preços de volta para baixo, no chamado preço justo.

A baixa também ocorre em três fases: distribuição, pânico e baixa final. A primeira corresponde a saída daqueles primeiros investidores e ocorre sem muito volume e modificação de preços. Em seguida segue-se o pânico, onde diminui os interessados em comprar e os vendedores aumentam. Estes cada vez mais temerosos de suas posições intensificam a queda dos preços. Buscam compradores a qualquer preço empurrando as ações cada vez a valores mais baixos com perdas respeitáveis. As notícias ruins também se espalham e a mídia publica o caos que se tornou o mercado de ações, gerando e mantendo o pânico. Normalmente os preços caem abaixo do preço justo, ou seja, aquele que a empresa vale de fato, quando uma boa análise fundamentalista é feita, o que desperta o interesse dos profissionais do mercado. Com isto tem início a última fase da baixa- baixa final-, que muitas vezes corresponde a acumulação, com a compra dos investidores profissionais e a venda dos últimos perdedores. Como a grande maioria dos potenciais investidores não se sente atraído pelo mercado nesta fase um novo ciclo tem início...